Submarine no cinema e meus dois anos em São Paulo

 


Fria, individualista, cultural, estilosa, cruel, acolhedora e dramática. Estou falando da cidade de São Paulo ou da Ana Paula?

Em outubro de 2022, em meio ao caos da última eleição presidencial, saí da casa dos meus pais, no interior de São Paulo, pela primeira vez após 27 anos. Acho que me sentirei melhor se falar rapidamente e de forma superficial sobre tudo o que aconteceu por aqui. Por isso, farei uma retrospectiva de outubro a outubro para quem tem pressa.

Novos desafios profissionais, foco em redação, aluguel e finanças, novas amizades, muitos rolês inéditos, um crossover de personagens da minha vida, um plot twist cheio de camadas e quase mortal, minha experiência como Carrie em Sex and the City, um aniversário longe da minha família, uma compulsão por compras, um retorno à realidade, um novo relacionamento inesperado e uma segunda temporada nesse cenário.

Dois anos depois, após sufocos e alegrias, me senti agradecida e com uma paz interior, enquanto estava em um date comigo mesma assistindo Submarine — um dos meus filmes de conforto — em uma sessão especial com banda ao vivo no cinema Belas Artes, ali na Consolação. Enquanto a banda tocava a trilha sonora de Alex Turner e o filme passava na tela, fui atingida por um choque de realidade. Lembrei-me de detalhes do fio temporal que separa a Ana Paula adolescente, que assistia a esse filme no quarto cor de rosa, da Ana Paula de agora.

Escrito por Ana Paula Aragão
Foto autoral

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